A Polícia Federal (PF) foi barrada ao tentar cumprir mandado de busca e apreensão no gabinete do senador e ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na manhã desta terça-feira (21). As buscas iriam se concentrar no gabinete do senador, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não permitiu a entrada dos policiais e afirmou que só liberaria o acesso com uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).
A polícia constatou indícios de recebimento pelo parlamentar de doações eleitorais não contabilizadas que chegam a R$ 5 milhões. Os valores seriam repassados por meio de operações financeiras e societárias simuladas para ocultar a origem ilícita do dinheiro.
A ação é baseada no entendimento adotado pelo STF no Inquérito nº 4.435, de 14 de março de 2019, de reafirmar a competência da Justiça Eleitoral para os crimes conexos aos eleitorais. São cumpridos quatro mandados de prisão temporária contra os empresários: José Seripieri Júnior, que é fundador da Qualicorp, Artur Azevedo Filho, Rosa Maria Garcia e Mino Matos Mazzamati.
Os 15 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Brasília (DF), na capital paulista e nas cidades de Itatiba e Itu, no interior de São Paulo. Os investigados tiveram as contas bancárias bloqueadas pela justiça, de acordo com determinação da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
O inquérito policial foi remetido à primeira instância da Justiça Eleitoral ainda no ano passado. Segundo a PF, houve a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas no ano de 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas, efetuados supostamente a mando de um acionista controlador de importante grupo empresarial que comercializa planos de saúde.
As equipes também fazem buscas no apartamento funcional do parlamentar em Brasília. Serra, no entanto, está em São Paulo.